Aos poucos o Alzheimer vai me tirando tudo. A sanidade da minha mãe, minha vida pessoal e profissional e, agora, as coisas que eu mais amo.
A Kiki é como a filinha que Deus não me deu. Uma viralatinha preta, peludinha e baixotinha. O carinho personificado num animal.
Meu coração está despedaçado. Não há lágrimas que compensem a minha perda. E, eu sei que ela não se perdeu, pois aqui moram 10 mil pessoas, a cidade é minúscula. Ou foi atropelada por algum infeliz ou alguém a prendeu.
De qualquer forma, havia muito tempo que eu não ficava tão triste e sentindo-me tão sozinha na vida.