Eu abandonei minha carreira de jornalista promissora, para ajudar a cuidar de minha mãe, a qual sofre de Mal de Alzheimer; estava certa que seria uma fase apenas e que meus irmãos logo envolveriam-se no processo e os cuidados seriam coletivos. Eu voltaria a minha vida feliz de antes.
Já são 9 anos de claustro absoluto, sem NENHUMA AJUDA DE NINGUÉM. A mãe passou a ser só minha.
Não me casei, não procriei. Fiquei sem família nenhuma, nem a minha, nem a que eu formaria, nem a do meu marido (agregada). Nada! Não tenho casa pra morar depois que ela se for. Nunca mais saí para passear. Só vou à cidade vizinha (13 km de distância), onde estão os 'fervos', quando é pra levá-la ao médico... e de táxi, pois, embora todos os irmãos tenham carros, nenhum se dispõe.
O pior é que não está bom pra eles. Têm sempre um defeito pra apontar, algo que não foi feito etc., como se eu tivesse a obrigação de cuidar de tudo (dona-de-casa) e estar pronta para a inspeção a qualquer momento.
Acreditem: ninguém fica com ela UM DIA pra eu descansar a cabeça. Estou estressada demais, eu mesma condenei-me a uma vida sem vida! Acabou!
E tem gente que reclama de cada bobagem, nem imagina o que é ser infeliz! Isso não é um sacerdócio é um sacrifício, a cruz mais pesada que um ser humano talhado para a felicidade e sucesso pode carregar.
Deus?
Penso que Deus tem raiva de mim e nem sei o por quê. Não é normal uma condenação como essa. A de Jesus foi pior, concordo. Mas Deus amava Jesus verdadeiramente? Não sei.
Não sei de mais nada, só que estou extremamente infeliz, assistindo a felicidade e o progresso dos "queridos" irmãos, rindo-se da minha desgraça.
Pronto! Falei
Oi Gisele. Estou lendo seus posts e percebendo a imensa amargura q existe em voce!Não sem razão, claro. Tb cuido da minha mãe há 3 anos, tem D.A. ainda leve...mas um gênio insuportável!Sempre foi insuportável, antes mesmo da DA...nenhum dos outros filhos quer ficar com ela, aquela com quem ela viveu a vida toda, ajudou a criar a neta e tudo mais, qdo percebeu a coisa indo de mal a pior deixou a casa, foi morar sozinha depois que a filha casou. Eu vim morar com minha mãe por questões particulares, precisei deixar a Paraiba e voltar pra S.Paulo e fiquei com minha mãe. Mas a situação no primeiro ano foi tão estressante, tão estressante...que tomei uma decisão: ou ficaria alí por amor a ela e então, sem reclamar...ou daria um jeito na vida. Foi o que eu fiz. Ninguém pode amar mais a outro do que a si mesmo, isso não existe. Saí também. Até hoje ela vive sozinha num apto.grande e eu moro no andar de baixo, num cubículo - dormindo na sala pro meu filho poder ter um quarto! Mas estou feliz. E minha mãe tem 85 anos...e parece gêmea da sua, afff. Faço a comida especial pra ela, não deixamos faltar nada...frutas, remédios, etc...mas ela no apto. dela e eu no meu. A questão é: ter coragem de dar o passo. Se vc tem informações jurídicas sobre seus direitos, vá em frente...pare de ver só o lado péssimo da situação. Ame-se um pouquinho! Deus te ama, sim...mas Ele quer que você também se ame. Faça valer seus direitos, contrate um advogado pra que vc possa conseguir pelo menos alguma ajuda financeira pra cuidar da sua mãe. Vá passear, sim...deixe alguém cuidando dela. Neste anos já fui pro Chile e pra João Pessoa duas vezes...pago uma senhora pra ficar com ela, deixo tudo em ordem...e digo a minhas irmãs e sobrinhas que tudo que têm que fazer é dar uma pssadinha por lá pra ver se a mãe está bem. E todas fazem isso. Não querem ficar com ela pq realmente é insuportável, mas me amam e quando cismo que vou viajar, vou mesmo.
ResponderExcluirTome uma decisão...não brigue com seus irmãos, converse com eles, tente ser pacífica...Não fique na posição de vítima indefesa, pois vc não é isso. Você se deixa ser vítima, é diferente!
abraços e fica com Deus