Hoje eu acordei revoltada com a vida!
Não consegui pregar os olhos durante a noite, tô um bagaço.
Aí dou de topo com minha mãe e o amigo dela, o Alzheimer, falando feito louca, às sete horas da madrugada e, querendo que eu respondesse a enxurrada de perguntas que estava fazendo; comentasse o que estava contando; conversasse sobre 'qualquer' coisa com ela... e eu, semi-morta.
Não teve jeito, saí com aquela : felizes são o Dahyl, o Reca e Gonha, que sumiram de casa, quando viram o que ia acontecer e largaram a senhora pra mim.
Mil perdões, mas minha terapeuta disse que é normal sentir raiva, é meu direito. E após nove anos, a pessoa já está num nível de estresse absurdo. Sem condições de responder questionário, logo ao acordar.
Aí, aviso que vem faxineira, no que ela pergunta: você a recebe? Meu! Não é chá das cinco, é faxina. E quem é que faz tudo aqui, não sou eu? É lógico, que vou colocar a moça pra dentro.
A dª Carmem começa o serviço e lá vem a mamãe pra questioná-la a respeito de toda a sua vida; onde mora; se é casada; se tem filhos; quantos anos tem; e, daí em diante. O problema é que ela repete a mesma ladainha um sem número de vezes, durante todo dia. A moça não sabe se trabalha ou responde às perguntas. É demais! Por favor, concordem.
Agora ela está dando uma volta com o cachorro, vai suar e chegar aqui cheirando a vinagre (suor forte), eu digo: mãe tome um banho, a senhora tá fedida. Ela me excomunga! Fui eu quem acordei de 'ovo virado' e fico procurando defeitos nela! É mole? Quer mais. Tem. Mas não dá pra contar agora, a faxineira chegou.
Até amanhã.